REMO DO ASFALTO
Ysolda Cabral
Dia azul, Sol a pino, Mar tranquilo e
vestido de Céu. Vento brando a me envolver na manhã cheia de Vida.
No calçadão da Praia de Boa Viagem, pessoas de todas as idades se
exercitam de alguma maneira. Outras simplesmente estão sentadas
desfrutando da manhã pra lá de linda e muito especial.
Estou tranquila, em paz comigo e sem
pressa alguma, apesar de mais uma noite insone por conta de uma crise
renal. Toda a paisagem me enternece, porém em nenhum momento sinto
tristeza ou inveja de não poder ficar ali desfrutando também de
tanta beleza natural.
Como nem tudo pode ser perfeito, eis
que avisto um esqueitista voando no asfalto. Paro! O coração
acelera e aguardo curiosíssima para saber como àquilo estava sendo
possível.
- Sempre os vi usando as pernas para
fazer o skate se movimentar numa canseira que dava dó!
- Agora não! Era diferente.
Fiquei aguardando que se aproximasse,
até que pude perceber que trazia nas mãos uma espécie de remo, com
extremidade flexível, ou rodinha, que usava para andar. Andar não!
Voar.
- Que coisa espetacular!
Achei incrível e de repente fiquei
morta de vontade de fazer o mesmo.
Perdi a vontade de continuar o meu
caminho e fiquei com a sensação de quem não viveu quase nada...
Ainda.
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Recanto das Letras em 25/11/2013
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