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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

MEU EPITÁFIO ( OU TESTAMENTO?)




MEU EPITÁFIO  (OU TESTAMENTO?)
Ysolda Cabral

 
Se eu morrer mais tarde ou amanhã
Não quero que ninguém fique triste - Eu vivi!
E, vivi completamente tudo o que quis
De verdade, ou através do sonho
E, assim, fui muitas vezes feliz

Comigo não levarei nada
Entretanto, deixo minha poesia
Espalhada pelos quatro cantos
E, se alguém se dispuser a corrigir sua rima
Não vou me incomodar
Nunca dei importância a isso
Somente para o que estava sentindo

Deixarei o meu perfume
Em cada hortelã graúda
Que você encontrar
E, se, em noite sem aconchego
Tiver um pesadelo
Com vento ou sem vento
Meu perfume lhe acordará

Deixo também o Mar
Que sei, nunca foi meu
Contudo, quando nele mergulhava,
Com certeza ele era meu
Sim... Só meu!

Quanto ao meu violão,
Há muito num canto esquecido,
Faça de conta que é seu
Lustrado e com cordas novas
Quem lembrará que foi meu?

E, assim ele fará companhia
A qualquer apaixonado
Pela música e pela vida
Toda noite e todo dia

Logo, sorria!
 Ele é seu!
Quem diria?!

O meu corpo?
Ao pó voltará independente do lugar
Então tanto faz ficar aqui ou acolá
E ao deixá-lo, esqueça
Não sou eu quem ficou lá

Fiquei em tudo que deixei
E que acabo de contar
Portanto, me aproveite bem
Pois se em vida não o fez
É, enfim, chegada à vez.
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Recanto das Letras em 14/02/2013
Código do texto: T4139771
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