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sábado, 22 de dezembro de 2012

SORRINDO À TOA



SORRINDO À TOA
Ysolda Cabral

Acordei de uma noite de sonhos lindos. Levantei-me disposta, me sentindo bonita, feliz da vida. E, com o sorriso sem querer sair da minha cara, sai de casa para trabalhar, como faço todos os dias da semana.

Evidentemente que, hoje, foi preciso me recomendar prudência e não ficar ‘’pairando no ar’’, até porque beija-flor não sou e o trânsito do Recife, piora a cada segundo no espaço tempo.

Aumentei o volume do som, na tentativa vã da música me tirar do devaneio...

A gente quando apaixonada fica assim, independente de qualquer situação, condição... Sem dar importância a nada, a não ser a percepção do sentimento,  que nos inunda de forma tão poderosa e santa que, faz tudo o mais não ter importância.

- Ysoldaaaa, atenção! Você está dirigindo!

- Que música está tocando, você sabe?

- Ei, menina, acorda!                                            

Caindo na risada, aumento o volume do som e vejo como o dia está bonito...

O trânsito? Praticamente parado. Nem ligo!

De repente, bem à minha frente, uma jovem senhora, gesticula raivosa para mim, me trazendo abruptamente para a realidade.

Assustada, me pergunto o que fiz de errado. Cuidadosamente, mudo de faixa, encosto junto ao carro dela, desço o vidro,e,  disposta a lhe pedir desculpas e/ou assumir as despesas,  por qualquer prejuízo que lhe tenha causado, ela se adianta e me pergunta porque eu estava rindo dela.

Eu, estupefata, me dei conta de como no mundo há gente infeliz, mal amada... Ao invés de ficar indignada ou com raiva, fiquei com pena dela. Então, com o coração explodindo amor lhe respondi:

- Não rio de você, moça bonita! Ria e rio para aquela ponte que tanto amo - me referia e Ponte do Pina, na ilustração, ao cair da tarde quando fica ainda mais bonita.  Ria e rio para mim, por que amo e amo muito. Ria e rio para a Vida, que hoje me parece especialmente mais bonita.

O trânsito andou na minha faixa. Eu, lhe mandando beijos e sorrisos continuei o meu caminho.

Queria saber a razão de coisas assim acontecerem comigo!

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E chega ele, Odir Milanez da Cunha,
 com suas fantásticas interações,
as quais me fazem ainda mais feliz.
 E vamos à ela -  em soneto.
É brincadeira? (Risos)


QUANDO O AMOR ACONTECE
 Odir Milanez
  
Quando o amor acontece, faz-nos bem.
Bem mais nos faz o amor que está por vir.
Daí a gente fala sem se ouvir
 e conversa conversas com ninguém.

Sentimo-nos sorrir sem ter a quem,
pedimos impudências sem pedir,
 gozamos gargalhadas sem sorrir,
 de vida mais vontade a gente tem!

A tristeza se torna um ser inútil.
A distância desiste em ser distante,
 a coerência acorda em não ser útil.

Quando o amor se afirma mais amante,
o fútil finda a fase de ser fútil
 e o eterno eterniza cada instante!

 JPessoa/PB
 20.12.2012
( oklima)

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  RL em 20/12/2012
Código do texto: T4045389
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