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sábado, 15 de dezembro de 2012

A PRUDÊNCIA RECOMENDA...



A PRUDÊNCIA RECOMENDA...
Ysolda Cabral

 
Sábado à noite... Sábado estranho que nem parece sábado.  Sem embalo, sem acalanto. Não há estrelas e nem Lua. O Céu é uma camada densa, escura... O mar parece paralisado de tanta tristeza. No ar não há encanto e nem magia. No  peito um enorme vazio. Alguma coisa me incomoda; machuca-me; desencanta-me; falta-me e me amedronta. Que coisa estranha, esquisita... Uma coisa medonha.

Agora já é madrugada... De um domingo! Nunca gostei de domingo... Preciso ter cuidado, muito cuidado para não ficar ainda mais triste comigo. Meu coração está gelado e o silêncio chega a incomodar a música que escuto.

Penso em você e mergulho ainda mais na tristeza, mesmo tendo o coração repleto de amor. Amor que deve ser definitivamente banido, sob pena de me matar de tanto amar. Como pode um sentimento assim, tão potente e sublime, só trazer desencanto?

Estou com sono, estou cansada, estou magoada, estou decepcionada... Comigo. Não sou nada! Nem capaz de amar você, como você merece.

Estou vendo a vida tão realista. Tão avessa; tão feia e tão sem poesia! Para uma pretensa poetisa isso é o fim da picada. O fim da linha do começo da partida que nunca iria mesmo acontecer. 

Não posso dormir agora. De jeito algum!

Se dormir, corro o risco de sonhar com você, um sonho lindo por demais, e nunca mais acordar. 

É preciso que eu fique acordada. 

Preciso ficar acordada e sem pensar em você.

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RL em 16/12/2012
Reeditado em 16/12/2012
Código do texto: T4038120
Classificação de conteúdo: seguro