NÃO SE BRINCA COM A OBESIDADE
De: Ysolda Cabral
Já usei o cabelo grande, curto, curtíssimo... Já usei o
cabelo preso, mas só para grandes ocasiões... Também já pintei de preto,
de ruivo, de castanho claro; coloquei luzes, mechas... só não raspei a cabeça;
ainda.
Não é que não goste do meu cabelo; até muito pelo contrário!
Ele é uma das coisas que mais gosto em mim, depois do meu ''sorriso de
covinhas'', viu poeta? (Risos). Mas, o fato
é que, como toda mulher, preciso
implicar com alguma coisa para fugir daquilo que realmente deveria implicar: O PESO.
- E não é por vaidade! É por conta da saúde mesmo.
Só de escrever sobre a questão, já sinto o sangue ferver e a
boca salivar de tanta vontade de comer um brigadeiro. Parece mais desejo de
mulher grávida!
Antes eu criticava mamãe e minhas amigas por não conseguirem
controlar essa maldita doença – O B E S I D A D E - e ficava muito indignada
com elas, principalmente com mamãe.
Ah!Mas sabe aquele
velho ditado popular ''língua falou...'' ?
- É tiro e queda! A
lei do retorno é mesmo infalível.
- Bem feito pra mim!
Agora não posso mais aumentar nenhum grama e preciso
diminuir o peso, bem depressa, antes que ninguém queira ir ao meu velório,
principalmente os homens da família, uma vez que caberá a eles a tarefa de me
carregarem pelas orelhas, digo pelas alças, até a minha última morada.
O exposto em tela, não é brincadeira. É coisa séria e muito
séria mesmo.
E o pior é que atribuo esse excesso, de quase vinte quilos,
ao fato de ter deixado de fumar, há mais de quinze anos, e não a minha falta de
auto-estima e vergonha na cara.
- Meu caso é grave!
Estou com um problemão.
Mire-se no meu exemplo, pare de comer tanta bobagem e não me
pergunte mais a razão de me ver triste e
chateada...
- Que coisa!
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